sábado, 1 de maio de 2010

CGI_Parte 6_Dificuldades na usinagem do bloco de motor

O ferro fundido vermicular inclui invariavelmente partículas esferoidais de grafita nodular. Enquanto a nodularidade aumenta, aumentam também as forças de corte e a rigidez, diminuindo a usinabilidade e a condutividade térmica. Além disso, com o aumento da nodularidade a resistência do material também é elevada influênciando diretamente na usinabilidade.

Assim, no processo de usinagem das partes do bloco de motor, o processo de fresamento é de fundamental importância, principamente no fresamento da face do fogo (figura 1). Esta face requer elevado grau de acabamento (Rz), assim como precisão geométrica de forma e posição, porque é acoplada a outros componentes, com o objetivo de evitar vazamento de óleo do bloco do motor.












Figura 1 - Face de fogo do bloco de motor

Um fator que dificulta a usinagem desta parte do bloco é o grande número de interrupções na superfície devido às nervuras e bolachas para reforço da estrutura do bloco, assim como devido aos furos do cilindro e demais furações de refrigeração e fixação do cabeçote, além de alívios de peso. Cuidados especiais são levados em conta na escolha da fresa, pois fresas muito positivas reduzem o esforço de corte da usinagem, reduzindo a tendência ao lascamento das bordas da superfície, porém têm uma vida relativamente baixa, quando comparada às fresas com geometria da aresta de corte negativa devido à pouca resistência ao impacto.

Na usinagem de ferro fundido, um dos fatores que determinam o fim de vida de uma fresa é o lascamento de borda da superfície usinada, que é influenciado pelo aumento do desgaste frontal na aresta principal de corte da ferramenta e esforços de corte. Para se minimizar esta ocorrência, é necessário que se utilize avanço por dente pequeno. Sendo assim, as fresas de passo fino são indicadas para desbaste e acabamento nestas partes do bloco, que permitem grandes velocidades de avanço, mesmo com um pequeno avanço por dente, proporcionando um economia grande no tempo de corte. Porém, o uso de fresas de passo fino e de geometrias negativas da fresa é limitado pela falta de estabilidade da peça, máquina e dispositivo, fazendo com que este tipo de fresas gerem elevados esforços de corte, causando irregularidade dimensionais na superfície a ser usinada.












Figura 2 - Face lateral do bloco de motor


Abraço e até a próxima,

Msc. Sander Gabaldo

2 comentários:

Armandinho disse...

Grande Sander!
Então como se costuma fazer? Geometria negativa pra desbaste e positiva pra acabamento?
Abração!!!

Anônimo disse...

Armandinho....hoje com a evolução das ferramentas de corte, existem geometrias de corte para desbaste positiva (axial) / negativa (radial).......exemplo, essas fresas do mercado com 16, 14, 12 arestas de corte por pastilha.

As fresas para acabamento também são montadas com esse conceito de pastilha, porém com insertos alisadores, que na maioria das vezes com arestas de corte bem afiadas.

Mas tudo depende mesmo das condições de máquina, estabilidade da fixação, geometria da peças, etcc... è muito comum a fresa que trabalha no cliente A e B, não funciona no C e D, e ai vai...... é uma situação muito interessante.

abraço

Sander